domingo, 28 de março de 2010

01:01

para expansão de pupilas
almeja –se tudo que é abismo
toda a falta de cor
todo o preto subterrâneo
todo pudor

mantenha as pálpebras baixas
e quando erguer ao branco,
o reflexo impensável de seu asco a luz,
as diminuirá


isso é que eu chamo translovação de valores,
a escoliose te curviou para o errado
agora esborrache a cabeça de um prego contra a sua,
recompensa pelo seu medo de ser plácido





Compasso que me parece dedos
que me correm a pele, sobre a mais comprida linha de ossos, um projétil que me atinge a nuca.
Devia sentir essa sensação, o prazer de sentir a agonia de um frio que percorre a espinha.

sábado, 27 de março de 2010

Sobre a ponte eu estava,
Há dias, na noite cinzenta
Ao longe ouvi uma canção:
Ela pingava gotas de ouro.
Pela superfície trêmula
Gôndolas, luzes, música -
Ébria ela nadou para a escuridão…
Minha alma, um alaúde,
cantou a si, invisível e ferida,
uma canção veneziana, e segredou,
trêmula de ventura colorida.
Será que alguém a escutou?


Friedrich Nietzsche

sábado, 20 de março de 2010

sexta-feira, 19 de março de 2010

Ganido

Não há mais nenhuma nuvem a qual deseje, não tenho mais nenhum fantasma, nem mais um guinomo, é assim há muito tempo.
Mórbido, mas não vejo outra coisa que eu não consiga fazer.


Essa gotas que escorrem, pontos infinitesimais, um universo de orvalho, essa ingenuidade fluindo no escuro. A melodia do meu corpo se espalha
Descorada vontade de continuar embaixo, na densidade



Vá embora ó amarelo e me deixe diminuir o compasso,
antes que a vitrola se quebre na agonia do disco..






"We carry death out of the village!"

segunda-feira, 15 de março de 2010

Falso Verniz

Apesar de a bruma impedir de ver as picadas de mosquitos, com o embaçado há falta tempo para gerar duendes. Causa de um tumor, não há mais instantes em que se veja correr rumo ao laurel. O esgotamento é claramente apresentado no semblante.
O embaraço de uma cerração tem lá suas vantagens, mas a cegueira pode ser crônica, assim não é provável que vá ver a doçura de uma geada e os lampiões orvalhados.




aerado glacê,
abuso de fermento
estrutura mole e definição de oco


Hide behind an empty face
Don't have too much to say
That this is just a game


It's a beautiful lie
It's a perfect deny
Such a beautiful lie to believe in
So beautiful, beautiful that makes me

domingo, 14 de março de 2010

auto-flagelo

eu mostro a minhas entranhas o que meu corpo é capaz de suportar,
agora mostro a minha comunidade de monstrinhos
o diagnostico de impossibilidades sempre foi reservado as pseudo-conspirações, feitas por nada além de mim
minhas escolhas, meu cárcere
rotina pagã
palmas aos pensamentos mórbidos



o apropriado, o inadequado
isso não existe na minha cabeça


desculpe acabar com sua anestesia
mas estou ficando com náuseas
nunca viveu cá
você viu uma alma doce
um ator, um autor
agora que pode sentir outra vez
siga seu rumo
debulhe-se novamente
seu caminho a cegueira



ACLAMO MAIS UMA VEZ AO DOMINGO
ORVALHO INTEGRAL

sábado, 6 de março de 2010

pain of humans

Me arranha a garganta
muito mais pálido que o hábito
apenas pálpebras escuras



pessoas que me ensinaram a sorrir estão indo
há muito tempo apenas na lembrança
meu amarelo não me deixa dar adeus

não quero outro flashe

quinta-feira, 4 de março de 2010

.


uma consciência pálida,
onde me resta, o orvalho, notas
e um maldito humor, que vive a oscilar
entre,
seus ossos, inundados de poeira e hipocrisia,
a fragrância que me faz contorcer,
e um punhado de creme chantilly.



segunda-feira, 1 de março de 2010

tumulto


me engolindo





nunca imaginei ser tão satisfatório, arrancar sorrisos dos malditos malfeitores deste inferno
e
eu estou mesmo apreciando ver estes olhos brilharem
esses piscantes de piscates me entreteem



pêsames, me enfurecem
pesâmes, para aqueles que afirmarão a eternidade, suas falsas trevas