domingo, 4 de abril de 2010

Soletre "loucura"




Dentro do carro, ouvindo a mais divina melodia. Coberta com calda quente de chocolate, dentro da casca de vidro, demasiado humano. Enquanto fora, na chuva, no cinza, aproximava-se uma criatura que falava com a bruma. Desnuda de insegurança e vergonha, diante de meus olhos, pega sem hesitar a garrafa e copo da lixeira. Meticulosa, a criatura desamassa o copo e vira a garrafa contra ele, os 50mL de líquido preto com a espuma que escorreu, foram suficientes para lhe satisfazer o semblante.

Caminha mais uns três passos, senta-se na sarjeta. Com ironia do paradoxo, se recosta a cerca polida e prateada. À beira do que é dito humanidade, em meio a baba que escorria, uma aclamação clara foi lançada ao universo, um belo sorriso foi visto. Enquanto, dentro do ventre social, meus olhos de espectador, medíocre e humano, doaram apenas mais umidade e humanidade.

Devomos mesmo é "curar" a "loucura" daquele que sorri e traze-lo ao cárcere dos insatisfeitos.

Alguém poderia repetir para mim, quais são os ideais de um ser?

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